No longínquo ano de 2000, muito antes do Spotify, quem reinava era o Napster.
Enquanto o serviço de compartilhamento (ilegal) de músicas na internet foi um dos pioneiros do mercado, o Metallica também foi uma das primeiras bandas a se rebelarem contra a distribuição de músicas online, e a briga entre estes dois gigantes ficou para sempre marcada na indústria.
O Napster entrou para o mundo do streaming e, em uma reviravolta da vida, a banda deu o braço a torcer e voltou ao serviço em 2016. Anos mover processo contra o serviço de compartilhamento de músicacontece que agora o guitarrista Kirk Hammett colocou as garras de fora e decidiu abrir o jogo sobre a disputa, dizendo que a banda continua certa nesta história toda.
Em entrevista a um canal da TV sueca, o músico voltou a falar sobre o processo e ainda criticou a indústria da música na internet. Leia um trecho:
Todo esse lance do Napster — não nos favoreceu de forma alguma. Mas quer saber? Ainda estamos certos nisto — ainda estamos certos sobre o Napster, não importa quem ainda diz, ‘o Metallica estava errado.’ Tudo que você tem que fazer é olhar para o estado da indústria da música, e isso meio que explica toda a situação aqui.
Hammett ainda admitiu que os serviços de streaming têm ajudado na promoção das bandas, mas lamentou a perda de qualidade que a música tem nestas plataformas, dizendo que ela nunca será igual a do vinil, e afirmando que ainda assim, a banda quer ser acessível.
ENTENDA A HISTÓRIA
Em 12/04/2000, afirmando que quem troca MP3 possui “pouca fibra moral”, o METALLICA resolveu processar usuários do Napster, bem como seus criadores e três universidades americanas que permitem a utilização do programa em seus computadores, alegando infração de copyright. No processo informaram estar sofrendo perdas de cerca de US$100.000 pela comercialização ilegal de suas músicas.
O uso de obras sem a devida permissão do detentor dos direitos autorais é moral e legalmente errado” disse numa nota à imprensa o baterista Lars Ulrich.
O Napster foi um software criado por uma empresa com o mesmo nome sediada em San Mateo, California, que permite à usuários trocarem entre sí arquivos MP3 armazenados em seus devidos HDs de forma bem mais dinâmica que através de demorados downloads feitos em websites ou via e-mail e ICQ, logo tornando-se extremamente popular nas universidades americanas devido ao fato de possuírem conexões de altíssima velocidade que permitem rápidos downloads; mas de acordo com os termos contidos no processo impetrado pela banda “o objetivo único do programa foi incentivar e encorajar a pirataria no meio musical, cujo último elo da cadeia são os usuários que deixam de adquirir legalmente os álbuns, lesando seriamente os autores”.
Este não foi o primeiro processo sofrido pela empresa, pois havia outro tramitando desde dezembro de 1999, movido pela “Recording Industry Association of America”, associação que representa os interesses de diversas gravadoras.