A desistência da Eritreia, que decidiu não participar das Eliminatórias Africanas para a Copa do Mundo de 2026, foi marcada por uma motivo que vai além do futebol. De acordo com o jornal ‘The Guardian‘, a federação de futebol do país (ENFF) optou por se retirar das qualificatórias porque o governo local quer impedir que os jogadores peçam asilo político em viagens para fora do país.
Na última sexta-feira (10), a Fifa e a Confederação Africana de Futebol (CAF) anunciaram a retirada da Eritreia. Não houve nenhuma justificativa por parte das entidades. A seleção estava no Grupo E, ao lado de Marrocos, Zâmbia, Congo, Tanzânia e Niger. Os jogos da equipe contra os adversários da chave foram cancelados.
Ainda segundo o ‘The Guardian’, a ENFF não quis responder ao questionamento apontado em reportagem do veículo. O país é governado por Isaias Afwerki há pouco mais de 30 anos, quando foi proclamada a independência da região após conflitos de separatistas com o governo da Etiópia. Desde então, não há disputa eleitoral para definir o presidente do país.
O último jogo disputado pela seleção masculina da Eritreia ocorreu em janeiro 2020, quando enfrentou o Sudão em amistoso. A equipe não aparece no ranking da Fifa – as seleções deixam a lista da entidade após 48 meses (quatro anos) sem disputar partidas chanceladas pela federação.